quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
A história se repete - A promessa de não odiar
Preciso viver apenas. Sem excessos, sem farras, sem festas, sem multidões, sem grandes prazeres... Não nasci para ser só, porém. Não por isso me torno mercenário. Gosto da minha privacidade e de fazer as coisas do meu jeito. Gosto de ir ao cinema e ao teatro sozinho. Gosto de visitar museus. Quero praticar artes marciais e voltar a patinar e nadar. Quero deixar de usar óculos e isso está perto de acontecer. Esse será meu presente de aniversário.Quero falar sozinho na rua ou falar com desconhecidos, casualmente, sem vontade de manter contato. Apenas conhecer outros pontos de vista. Sinto-me preso a um modo de ver a vida, a um modo de viver. Preciso de algo mais. Liberdade seria um bom começo. Talvez participar de algum movimento social. Deixar de hipocrisia e partir pra ação. Descontar minhas raivas reprimidas contra instituições e valores injustos. Quero fazer algo pelo bem das pessoas. Gosto da definição de Zeldin sobre as pessoas intermediárias. Quero viver como uma ponte, não como um explorador nem como um objetivo, mas um facilitador. É assim que me vejo em minha profissão.
Não estou cansado de nada nem de ninguém, não sinto ódio nem ressentimento de nada que tenham feito para mim. Quero esquecer o passado, o bom e o ruim. Viver cada dia como o primeiro e último. Apenas viver sem me preocupar com o que podem pensar de mim. Prefiro não ser controlado pelos desejos de outra pessoa. O egocentrismo é negativo para relações sociais. Principalmente as íntimas. Gosto de ser ouvido. Posso não ter diplomas nem produção acadêmica, mas tenho informação, não sou estúpido, sei até onde vão meus limites e horizontes.
Gosto de observar. Gostaria de não precisar me locomover para sair do lugar. Gostaria de não ter que falar para ser entendido. Gostaria de não ter que sentir para saber. Prefiro quando as coisas funcionam corretamente.Prefiro quando não duvidam do que digo, não vejo vantagem na mentira. Prefiro que não insistam em lembrar quando quero esquecer.
Pretendo prolongar minha vida enquanto puder, porém, não mais do que o necessário.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Possibilidade
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Entrevista, não publicada, sobre Lei Cidade Limpa
No começo deste ano Hermínia lançou o livro "Brasil, Cidades: Alternativas para a Crise Urbana", publicado pela Editora Vozes. Ela é professora da Faculdade de Arquitetrua e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP).
Como a sra. avalia a Lei Cidade Limpa?
A questão vista isoladamente evidentemente é muito virtuosa. A lei se propõe a fazer uma despoluição visual na cidade, na paisagem urbana. E é interessante. Claro que, até mesmo olhando isoladamente, nós não deveríamos nos ater apenas aos anúncios, mas a toda instalação elétrica, que é ultra poluidora, à quantidade de fios, postes, o próprio calçamento, enfim normatizar um pouco muros, cercas, calçadas. O problema é quando, no contexto da cidade, essa lei ganha prioridade. É simplesmente ridículo.
Por que ridículo?
Porque você tem metade da cidade na ilegalidade. Então ele é um programa por excelência que segue uma orientação na gestão urbana no Brasil, que dialoga com a cidade legal, com a cidade da elite, com a cidade formal. Quando você tem metade da cidade na ilegalidade, acho que é preciso discutir como vai se aplicar a lei. Como você vai aplicar a lei só nas fachadas e numa parte da cidade? E se tenho 10% da população morando em favelas, por exemplo.
Mas aí questão não se torna mais difícil, mais complexa?
Claro que é uma tarefa complexa. Não é uma tarefa para uma gestão. Mas quando nós vamos ter uma lei efetiva em cidades como as nossas? Porque torná-la efetiva apenas nas fachadas, apenas em relação aos anúncios? Eu diria que é um governo de fachada, uma sociedade de fachada. Não que a gente não deva se preocupar com as fachadas. As fachadas são importantes em várias cidades do mundo e também no Brasil. Se você for para São Luiz do Paraitinga, existe uma recuperação que aumenta a auto-estima dos moradores, não só recuperação de fachada. A recuperação de fachada na França é matéria constitucional.
As fachadas são importantes mas há outras questões mais importantes?
Não quero dizer que isso não é importante, que não é objeto de uma política pública. Mas é ridículo quando isso é a prioridade. Principalmente em uma cidade onde os mananciais estão ocupados por uma população gigantesca, mais de 1 milhão de pessoas, morando em áreas de proteção ambiental simplesmente porque não conseguem morar na cidade. E a prefeitura está tendo uma atitude muito ruim com esses moradores porque ela está derrubando as casas e acusando-os de crime ambiental. Crime ambiental é da sociedade, que não provisionou essa população de moradia, que não tinha onde morar e acabou indo para os mananciais. Crime ambiental todas as gestões fizeram na hora que permitiram que essa população se instalasse ali. E ali o poder de polícia sobre o uso do solo é de diversas entidades dos governos federal, estadual e municipal. Então, quem cometeu o crime ambiental não é o sujeito, coitado, que está morando lá, em condições muito ruins, por sinal. A discussão, então, é um programa evidentemente classista. É uma visão da cidade de que a prioridade é cuidar das fachadas.
Nessa visão que a sra. critica a beleza, a limpeza, fala mais alto?
Não é propriamente beleza. Se você pega o exemplo do Time Square de Nova York, do qual todo mundo fala, é uma poluição bárbara. Agora, é um padrão. Um padrão que seria impossível em São Paulo com essa tolerância zero aí. Precisa ficar muito claro isso: essa lei não está sendo aplicada na cidade toda. Até porque se eu considerar uma parte da cidade, não são os anúncios que estão ilegais, são as ruas, as casas, tudo... É tudo! Se não encara essa fratura urbana, vai encarar o quê? A limpeza das fachadas? Mesmo considerando que ela é necessária. Não estou de forma alguma dizendo que ela não é importante, não é necessária. O que estou dizendo é que é um absurdo ela se tornar a prioridade e você não discutir as questões de fundo. Aliás, em uma cidade onde não se consegue nem respirar e onde a questão dos automóveis não está sendo enfrentada. E ela, sem dúvida, é uma prioridade.
Na visão da sra. a prioidade de São Paulo é outra?
Sim, a questão da mobilidade na cidade. A mobilidade por meio do automóvel é predominante. E isso novamente não é tarefa de uma gestão. Mas se essa sociedade e esses governos não encararam o problema da matriz baseada na circulação automobilística, essa cidade está absolutamente condenada. Aliás, moro aqui e está cada vez mais insuportável. Como você estabelece prioridades?
A cidade é limpa nas fachadas mas não cuida da limpeza do ar que respira?
Do ar que você respira! Da água que a gente bebe! Dos mananciais que estão ocupados por mais de 1 milhão de pessoas! É incrível essa nossa capacidade de botar a cabeça em um buraco que nem um avestruz e ignorar os problemas centrais. Incrível! E todo mundo bate palma! 'Tá bom, mas pelo menos...' Não tem pelo menos! Tem coisas que são prioritárias. São delas que nós temos que cuidar como prioridade. As fachadas nós vamos cuidar com a importância que elas têm.
A sra. acredita que o prefeito pode usar esse projeto Cidade Limpa como candidato à reeleição?
Ele usa muito. Foi um programa que fez um sucesso. E, diga-se de passagem, várias gestões tentaram aplicar a lei de anúncios e não conseguiram. Acho a lei exagerada. Não é necessário uma intolerância tão grande para que a paisagem urbana fique despoluída. Estou na rua e vejo, na mesma esquina, um poste de iluminação, um postinho que dá suporte às placas com os nomes das ruas, um outro postinho que sustenta a placa do trânsito, tudo isso na mesma esquina. E cheio de fios. Quer dizer, então está bom, vamos tentar começar um processo de despoluição não só dos anúncios. Realmente, é uma coisa de factóide mesmo e marketing. A despoluição é necessária, mas nem ela foi levada muito a sério.
Mas esse 'factóide', essa peça de 'marketing', como a sra. classifica, tem virtudes?
Não há dúvida de que há uma virtude no foco da coisa. Mas nós temos que abrir esse foco e falar: 'bom, em que nós temos que jogar nossa energia?' Diria que a questão da mobilidade em São Paulo é a número 1. Já tem técnico hoje fazendo cálculo do prejuízo para toda a sociedade. O fato é que esse prejuízo é distribuído. São as horas paradas das pessoas, profissionais, nos transportes. O preço de todo o suporte de ruas, de recapeamento, de sinalização de trânsito e, principalmente, como alguns professores da USP, meus colegas, estão apontando, o problema do custo na saúde. Nos dias piores os hospitais se enchem, principalmente de crianças e pessoas da terceira idade, porque o ar está irrespirável na cidade. Tenho um jardim com horta em casa e é impressionante. Você pega uma folha de couve, ela está coberta, negra. Se eu não regar, cuidar, aquilo vira uma casca em cima da planta. E é isso que vai para os nossos pulmões. E ainda tem os acidentes, que diminuíram mas ainda continuam muito altos... Os custos com combustíveis... Que contribuição estamos dando para o planeta? O que é mais importante? Alguém pode falar: 'mas ele está fazendo outra coisa, fez isso pelas fachadas'. Então, a lei dos anúncio adquiriu principalidade.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
BALÃO TRÁGICO
Composição: Mário Manga e Dioni Moreno
Album: O MELHOR DOS IGUAIS (BAIXAR CD)
O meu pai desempregado
Minha mãe arrumadeira
Minha avó esclerosada
Meu avô na bebedeira
Minha irmã de onze anos
Já tá esperando nenê
Tem mais quatro que não estudam
Tão roubando prá comer
Refrão:
[A vida é tão linda
A vida é tão bela
Eu e meus amiguinhos
Vivendo na favela
Tomando banho de poça, ça, ça
Pedindo um troco no sinal. sinal
Dormindo num chão batido
Enroladinho num jornal
Lá no meu barraco tem
Água encanada - não
Privada e pia - não
Sofá e cadeira - não
Café e bolacha - não
Porque eu só como uma vez por dia
Cinco dias por semana
Não, porque eu só como uma vez por dia
Eu só como uma vez.]
Na nossa escola não tem professora
Nossa merenda é roubada todo dia
e quando estoura um cano d'água
Tudo vira uma piscina
Viver na favela é uma alegria
É uma alegria!
Eu não tenho roupinha
Não tenho brinquedo
Tenho muitos bichinhos de estimação
São cinco baratinhas
Dezoito pulguinhas e um ratinho doente
Chamado Sebastião
Refrão
Oh! Denilson o que você fez rapaz, você tá louco, calma rapaz
- Vai lá agora e canta você
- Não: tenho vergonha
- Vai lá e canta
- Tá bom. A vida é tão linda, a vida é tão bela, eu e meus amiguinhos vivendo na favela, ou! ou!
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Clawfinger - When Everything Crumbles
It all happened right in front of my eyes
It took me one second and then i realized
What can i do, at which end do i start
Do i follow my brain or just go with my heart
What can i say without making it worse
Should i wait and watch or should i go head first?
What do we do when sanity crumbles?
How do we handle the threat?
How do we act when dignity stumbles?
How do we live with regret?
No time to think, either i act or i walk
Should i go inbetween or just try to talk
The longer i wait the worse everything gets
And the verbal abuse turns into fysical threats
It all happened right in front of my eyes
It took me one second and then i realized
If i don't react, next time it might be me
What can i do, at which end do i start
Do i follow my brain or just go with my heart
Should i walk on by and pretend that i didn't see?
terça-feira, 21 de outubro de 2008
- Nossas vidas não são mais as mesmas. Apenas agora consigo compreender... Por que você ainda não parou para pensar? Você descobriria que nem o seu EU você entende!
- Eu achei que tu o entenderias por mim!
- Eu também pensava dessa maneira, até descobrir que devemos nos conhecer melhor do que os outros nos conhecem...
- Tuas palavras me parecem tão obscuras.
- Não quero mais que as pessoas dependam de mim. Principalmente você. O que aconteceu com a garota que conheci? Que vida é essa que você leva agora? Entende o que eu digo?
- Tu não podes me tirar da minha estrutura de vida agora.
- Egoísta! Como você consegue olhar apenas para si mesma? Não é possível que você não veja nada além do piercing no teu umbigo. Mas eu te digo o seguinte: você já tirou minha vida há muito tempo! Bem, eu vivia para você!!!
- E não era bom?
- Era, era muito bom, até você tirar minha vida! Até o momento em que percebi estar morto em suas mãos. Agora sei que não posso viver ao seu lado.
- E após tudo isso o que pensas que farás?
- Pretendo te deixar, te deixar e ir em busca de alguém que me bem queira.
- Mas eu te quero bem.
- Não é o que me parece, você nunca põe a mão em meu ombro nas dificuldades...
- Te quero bem com todas minhas forças, mas sou fraca.
- Suas forças eu não quero, quero seu coração, quero um amor de verdade... E não são essas falsas lágrimas que irão me comover. Chore, não mudará nada para mim. Nosso passado é cruel demais comigo. Como pude me iludir por tanto tempo? Você não passa de uma...
- Então, vai! Vai-te embora! Deixa-me chorar em paz!
- Não, você não precisa chorar. Você tem que apenas entender e se calar.
- Vai-te, agora!!
- Vou mesmo.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
William Blake
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Uma escola de Sydney, na Austrália, resolveu abolir a cola nas provas, permitindo que os alunos buscassem informações durante os exames, por meio da internet, iPod ou telefones celulares. A idéia é preparar os alunos para a "vida real", em que eles poderão consultar diversas fontes de informação.
A Presbyterian Ladies' College está testando o modelo nas aulas de inglês, mas planeja utilizá-lo em outras matérias. Nas provas, os alunos podem usar a internet, ouvir podcasts em tocadores de MP3 ou ligar para um amigo ou parente pelo celular para tirar dúvidas sobre o conteúdo.
"No mercado de trabalho, eles não vão precisar uma quantidade enorme de informação na cabeça. O que eles precisam saber é acessar a informação de todas as suas fontes de maneira rápida e verificar a confiabilidade da informação", afirma a professora Dierdre Coleman, que coordena o projeto, ao jornal "Sydney Morning Herald".
Entretanto, não basta apenas copiar a informação. Nos exames, os alunos têm de citar as fontes dos dados, ou podem ser punidos por plágio
FOLHA ONLINE 21/AGO