quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A história se repete - A promessa de não odiar

Uma vez mais está acontecendo. Resta apenas eu e meus cigarros neste quarto sujo e bagunçado. Nada mais. Não tenho amigos para quem ligar. Nunca tive.
O quarto são duas mesas para dois amontoados de peças cuja imagem custa a se formar. A escrivaninha. Dezenas de livros. O espelho onde ela uma vez gravou a frase que logo provaria ser falsa. "O ato de amar é eterno". No mural, três fotos, aos 17, 19 e 20 anos, ao lado do meu Irmão e de sua mulher. A cama, onde passo menos tempo do que gostaria. Odeio essas paredes brancas. É como se eu vivesse eu meu aposento num hospital psiquiátrico.
Acho que é natal. Ouço fogos de artifício explodindo não muito longe da minha janela. Tento cobrir o som irritante ouvindo continuamente as mesmas músicas de sempre. Clawfinger é a trilha sonora da minha vida. Soa adolescente? Não ligo.
Preciso aprender a transformar minha raiva em arte.
You say you really need me and then you close the door.
You say you want to leave me and then you beg for more.
Well, I ain't sentimental so don't try to set a trap,
cos every time you hug me you stab me in the back.

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